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MP do Paraná abre inquérito civil para investigar vereadores que votaram da praia o aumento dos próprios salários

MP do Paraná abre inquérito civil para investigar vereadores que votaram da praia o aumento dos próprios salários

A 1º Promotoria de Justiça de Ibiporã pretende abrir um inquérito civil para apurar a conduta dos dois vereadores de Jataizinho, no Paraná

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CBN Londrina 

A 1º Promotoria de Justiça de Ibiporã pretende abrir um inquérito civil para apurar a conduta dos dois vereadores de Jataizinho, no Paraná, que, na última segunda-feira (16), votaram da praia o reajuste dos próprios salários .

A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Ministério Público (MP). Antônio Brandão (PDT) e Bruno Barbosa (Cidadania), que é vice-presidente da Câmara, participaram de duas sessões extraordinárias, uma realizada logo depois da outra, em uma chamada de vídeo feita das areias de Balneário Camboriú, Santa Catarina, onde estavam de férias.

Os parlamentares aparecem debaixo de um guarda-sol. Com o microfone desativado, eles conversam entre si, dão risada e pedem silêncio para pessoas próximas. Brandão também aparece bebendo algo de um copo térmico por diversas vezes e Barbosa chega a bocejar ao final da primeira votação.

Também chama a atenção o fato de os vereadores reclamarem de dificuldades em acompanhar o andamento dos trabalhos e o resultado das votações.

Com a aprovação dos projetos, o salário dos vereadores foi reajustado em 5,93%, subindo de R$ 5,1 mil para R$ 5.470,28. Também sofreram aumento, no mesmo percentual, os vencimentos do prefeito, de R$ 18,2 mil para R$ 19,3 mil; do vice-prefeito, de R$ 7,8 mil para R$ 8.366,00; e dos secretários municipais, de R$ 6,6 mil para R$ 7.079,00. Na justificativa, Câmara e prefeitura argumentam que os vencimentos passaram apenas por uma reposição baseada na inflação acumulada ao longo do ano passado.

No inquérito civil, o MP pretende apurar possíveis ilegalidades na conduta dos vereadores que participaram da votação de forma remota e também na realização das sessões extraordinárias, agendadas sem aviso prévio e realizadas à toque de caixa, em pouco mais de 20 minutos. Brandão e Barbosa podem responder por improbidade administrativa. A investigação vai ficar sob responsabilidade do promotor Bruno Vagaes. Nós tentamos contato com ele na manhã desta segunda-feira (23), mas ainda não obtivemos retorno.

Por meio de nota, o vereador Bruno Barbosa informou que não teve tempo de ir embora da praia antes do início da sessão, e que optou por participar da discussão de onde estava para garantir os votos necessários para a aprovação dos projetos. Já Brandão argumentou que não viu problema nenhum em participar dos trabalhos das areias de Camboriú, destacando que, no entendimento dele, não fez nada de ilegal.

A CBN também procurou a Câmara de Jataizinho, para saber se há a possibilidade de os vereadores enfrentarem uma investigação interna, mas, como o Legislativo continua de recesso, ninguém foi encontrado no prédio para entrevistas.

Fonte: www.tnh1.com.br

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