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CPI dos atos golpistas: Congresso ainda não definiu vagas dos partidos e instalação será adiada

CPI dos atos golpistas: Congresso ainda não definiu vagas dos partidos e instalação será adiada

Líder do governo no Congresso estima que instalação fique para a segunda quinzena de maio. Parlamentares da oposição pressionam por decisão sobre vagas e início dos trabalhos.

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Por Sara Resende e Vinícius Cassela, TV Globo e g1

O Congresso ainda não divulgou oficialmente como será distribuição de vagas entre os partidos na CPI mista dos atos golpistas de 8 de janeiro e isso vai adiar o início dos trabalhos.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a instalação da comissão deve ficar para a segunda quinzena de maio. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), da oposição, confirmou o adiamento, ao menos até a próxima semana.

O colegiado foi criado na quarta-feira (26). Na ocasião, o presidente do SenadoRodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a comissão poderia ser instalada nesta semana, mas Randolfe garantiu que os trabalhos não se iniciarão agora.

Definições do comando

Segundo o líder, senadores da base buscam acordo para deixar a presidência da CPMI com o Senado e a relatoria com a Câmara.

Os nomes cotados para comandar o colegiado são dos senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Omar Aziz (PSD-AM).No dia da criação da CPMI, o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), apresentou um questionamento a Pacheco sobre o número de vagas a que o bloco do PL terá direito. O grupo formado por PL e Novo deve ficar com duas vagas para senadores, das 16 reservadas. Marinho argumenta que o bloco deveria ter três cadeiras.

Pela regra da proporcionalidade, no Senado, os blocos de partidos do governo ficarão com 12 vagas, com ampla maioria, e os de siglas da oposição com 4 cadeiras.

Havia expectativa de que Pacheco respondesse hoje ao pedido feito por Marinho, mas isso não ocorreu. A expectativa é de que ele negue a solicitação.

Senadores da base do governo petista avaliam que o assunto CPMI "perdeu força" e que a oposição pode desistir da comissão já que será minoria. Inicialmente, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi contrário à CPI mista. Depois cedeu diante da pressão dos parlamentares bolsonaristas.

"Mais duas semanas [até a instalação]. O pedido de ordem não tem porque de ser, o regimento é claro", afirmou Randolfe.

Oposição pressiona

Ciro Nogueira, ex-ministro da gestão Jair Bolsonaro, declarou que os partidos de oposição vão seguir insistindo pela instalação e que o assunto "não perderá força" na Casa. "Isso é só discurso dos parlamentares da base", avaliou.

Para Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o atraso na instalação se deu porque a distribuição das vagas entre os partidos ainda não foi oficializada e nem Pacheco respondeu o questionamento de Rogério Marinho.

Marinho afirmou que os oposicionistas estão se movimentando pelo funcionamento do colegiado. Ele disse que os senadores têm se reunido com advogados para montar a equipe de técnicos que vai auxiliá-los na CPMI.

G1

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