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Florestas urbanas podem reduzir os efeitos das ondas de calor nas grandes cidades, diz Embrapa

Florestas urbanas podem reduzir os efeitos das ondas de calor nas grandes cidades, diz Embrapa

Enquanto em um local afastado do bosque a média é de 20,9 ºC, entre as árvores, a média anual é de 17,1ºC, apontou uma pesquisa feita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Paraná.

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Por Jornal Nacional

Um calor escaldante: "Tá muito quente, mas muito quente", diz um morador.

"O sol está queimando. A sombra é a melhor coisa", completa outro.

O que a gente já sente na pele, agora é o resultado de uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Paraná (Embrapa-PR).

Durante três anos, o estudo analisou as temperaturas de um bosque, cercado pelo concreto, em Curitiba.

Em média, a temperatura é 4ºC mais baixa dentro da floresta, em comparação às ruas do bairro. O estudo analisou as temperaturas durante todas as estações do ano.

Enquanto em um local afastado do bosque a média é de 20,9 ºC, entre as árvores a média anual é de 17,1ºC.

A floresta em meio à cidade tem a capacidade de melhorar o clima, como se fosse um ar condicionado da natureza.

"Por que a temperatura é menor dentro da floresta? Primeiro, o Sol, ao incidir nas copas das árvores, impede que essa radiação encoste no solo e eleva a temperatura. No solo da floresta, na superfície da floresta tem um folhedo, com uma espessura considerável, que se o Sol bater nela, também vai impedir que aqueça", explica Marcos Rachwal, pesquisador da Embrapa.

A pesquisa também revelou que uma floresta urbana tem a capacidade parecida com as florestas consolidadas, que estão longe das cidades; e que além de melhorar o clima, conseguem também capturar os gases de efeito estufa. É um serviço que essas árvores nos prestam de graça.

"Isso foi uma grande novidade, nós pensávamos que está bem alterada, tem muita cidade em volta, o tamanho dela é reduzido, mas ela ta fazendo as mesmas coisas, ela consegue estocar carbono da mesma maneira e capturar os gases conforme uma floresta intacta conforme uma floresta intacta no interior", afirma Rachwal.

A floresta é um armazém desses gases, que ficam presos no solo, na manta de folhas e nas árvores, e assim são impedidos de irem para a atmosfera. Entre estas árvores, a campeã é a araucária, que retém 40% de todo gás carbono que o bosque captura.

Para que essa redução de calor se espalhe, a pesquisa também sugere a implantação de corredores térmicos, árvores que se conectem com os bosques e levem um refresco para os habitantes das cidades.

"O que teria de ser feito é conservar as que já existem, recuperar as que não estão conseguindo fazer esse papel, pq tá em estágio diferente, ou está degradada, e ampliar de alguma maneira" [...] a presença de áreas verdes, principalmente florestais vai ampliar a capacidade das cidades em se adaptar às mudanças climáticas, as ondas de calor e tudo mais", conclui o pesquisador da Embrapa.

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