Militares de Israel dão detalhes sobre operação em Gaza que matou três reféns israelenses por engano
Pelo segundo dia seguido, famílias de reféns saíram às ruas em Tel Aviv para protestar contra a estratégia do governo em Gaza.
Por Jornal Nacional
Militares israelenses deram mais detalhes sobre a operação na Faixa de Gaza que terminou com a morte, por engano, de três reféns.
Os três reféns israelenses mortos pelo próprio Exército de Israel, em Shejaiya, na Faixa de Gaza, estavam sem camisa, e um deles segurava um bastão com uma bandeira branca improvisada. Mas o soldado que atirou contra eles achou que fossem terroristas.
Dois morreram na hora. Um foi ferido e conseguiu se esconder em um prédio, de onde gritou frases em hebraico. Mas outro soldado também acreditou que ele era um terrorista, e atirou.
Centenas de pessoas prestaram as últimas homenagens no funeral de Samer Fouad Al Talalka, um dos reféns mortos, israelense árabe parte da minoria beduína.
Pelo segundo dia seguido, famílias de reféns saíram às ruas em Tel Aviv para protestar contra a estratégia do governo em Gaza. Eles pedem para que o foco seja a libertação dos reféns vivos, nem que seja preciso fazer um novo acordo com o Hamas.
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Militares em operação na Faixa de Gaza que terminou com a morte, por engano, de três reféns. — Foto: TV Globo
Os pais de Yair Moses foram sequestrados do Kibbutz Nir Oz durante os ataques terroristas do dia 7 de outubro. A mãe já foi liberta, mas o pai continua em Gaza. Ele acredita que a morte dos três reféns ontem prova que ele e outras famílias estão certos quando pedem para o governo focar nos reféns.
"A guerra é importante, destruir o Hamas é importante", diz Yair Moses, filho de reféns. "Mas libertar os reféns é o mais importante e deve ser a prioridade."
Numa coletiva, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu lamentou a morte dos três reféns, mas disse que foi só graças à pressão militar que o Hamas aceitou soltar um grupo de reféns.
Neste fim de semana, representantes de israel se reuniram com o governo do Catar, o país responsável pela mediação que levou ao acordo no mês passado.
Na cidade de Rafah, em Gaza, crianças mexiam nos escombros de um prédio destruído por um bombardeio. Suliman diz que o ataque pareceu um terremoto.